Política
22 janeiro 2021 às 18h36

Mayan encerra campanha de olho num "vendaval liberal"

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Sem experiência na linha da frente no combate político, Tiago Mayan aponta os cidadãos anónimos como a "força do país".

Francisco Nascimento

Foi um encerramento de campanha com quase mil pessoas num comício online, que contou com a intervenção do presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo. O candidato a Presidente da República explicou que não podia deixar o "combate entregue a socialistas, extremistas e populistas", e está convencido que "mostrou que há um caminho diferente para quem não se revê no calculismo de Marcelo rebelo de Sousa".

A partir do Porto, Tiago Mayan chegou aos quatro cantos do mundo, através de um computador, e fez o remate final "para um Portugal liberal".

"Entrei nesta corrida porque tenh um sonho: quero ajudar a construir um Portugal Liberal, Humanista, Tolerante, onde o mérito conta, onde a coragem vale, onde a responsabilidade é sinónimo de confiança. Quero um Portugal com iniciativa, que não esteja condenado a ser o último do pelotão europeu. Não aceito esse fado. Não me resigno perante a estagnação económica", apontou, num discurso de dez minutos.

Sem experiência na linha da frente no combate político, e com a "voz a tremer" nas primeiras intervenções públicas, Tiago Mayan aponta os cidadãos anónimos como a "força do país".

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"Entrei nesta corrida como um cidadão comum. Vim com o meu sonho e com os anónimos que são a força do País. Este movimento cresceu. Aos olhos de muitos, fomos mesmo a grande surpresa destas eleições, dizem que fomos uma lufada de ar fresco, mas eu prefiro acreditar que seremos um enorme vendaval no próximo domingo. Estou cada vez mais convencido disso", garante.

No início do discurso, Mayan lembrou ainda os que "foram obrigados a emigrar" e todos aqueles com quem não se pode "cruzar fisicamente nesta campanha", apontando a campanha atípica e marcada pela pandemia de Covid-19.

O candidato liberal lembrou que "nos últimos 24 anos anos, 17 fomos governados por socialistas, com gente que acha que é o Estado quem deve comandar as nossas vidas, que deve escolher por nós e decidir por nós". Mayan diz que o resultado está à vista: "já fomos ultrapassados por quase todos no panorama europeu".

Numa campanha atípica, com as restrições impostas pela pandemia, Mayan justificou a decisão de se candidatar a Belém com o objetivo de combater "socialistas, extremistas e populistas".

"Entrei nesta corrida porque não podia deixar milhares de portugueses sem voz. Não podia deixar este combate entregue a socialistas, extremistas e populistas. Mostrei que há um caminho diferente para quem não se revê no calculismo de Marcelo Rebelo de Sousa, não acredita nos projetos fracassados da esquerda e não aceita dar o seu voto a quem passou a campanha inteira a colocar portugueses contra portugueses", frisou.

O candidato centrou a sua agenda na necessidade de o Governo aproveitar "toda a capacidade instalada na saúde", e voltou a glorificar o setor privado no discurso de encerramento da campanha.

"É o que sinto dos pais que me dizem que sim, que querem ter o direito de escolher a escola para os seus filhos. É o que sinto quando as famílias me dizem que sim, que não aceitam um sistema de castas na saúde, ADSE e seguros para uns, acesso universal a listas de espera para outros. Há cada vez mais gente a não aceitar esta lógica de um país, dois sistemas. É por isso que domingo vai haver um vendaval liberal", reafirmou.

Por último, Tiago Mayan enalteceu os treze dias de agenda oficial, e apelou ao voto "diferenciado": "Fiz a campanha que queria ter feito, apesar das limitações. Fiz esta campanha com alegria, com esperança e com a certeza de que nada muda se continuarmos a votar igual".

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Já Cotrim de Figueiredo agradeceu ao candidato liberal, pela coragem em apresentar uma candidatura à presidência da república. O presidente da Iniciativa Liberal assumiu que muitos não queriam que o partido apresentasse um candidato, "mas essa conformidade está ultrapassada".

"Esta campanha serviu para desfazer ideias erradas, e essa já é a nossa primeira vitória", garantiu Cotrim de Figueiredo.

"À coragem que o Tiago teve ao avançar temos que corresponder com a nossa capacidade de mobilização no domingo e isso significa irmos todos votar, convencer outros a ir votar, ajudar todos a ir votar", salientou João Cotrim Figueiredo.

O presidente da IL considerou que esta campanha eleitoral "vai entrar diretamente para o topo das campanhas mais bizarras". "Ninguém quer repetir estes tempos em que campanhas se preocupam em não estar perto dos eleitores em vez de contactar com os eleitores", sublinhou.

De anónimo a candidato reconhecido, Tiago Mayan espera que a "onda liberal" se faça sentir a 24 de janeiro.