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27 setembro 2016 às 17h37

Um novo Campus universitário "à beira mar plantado", com litígio judicial

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Antigos proprietários questionam valores da expropriação para a construção do Campus da Nova Business School . Câmara de Cascais acredita que valor final fica "abaixo de 8 ME".

Judith Menezes e Sousa

De enxada na mão, o Presidente da República, o ministro da Economia, o autarca de Cascais e o reitor da Nova School of Business & Economics plantaram uma cerejeira, como quem planta um campus à beira mar.

O terreno fica mesmo à beira da Marginal e os antigos proprietários contestam o valor "pouco mais de 100 mil euros" por um terreno de "mais de 100 mil metros quadrados junto ao mar".

Numa carta aberta, os proprietários expropriados avisam que que a construção do Campus da Nova Business School vai iniciar-se em "flagrante violação dos mais elementares princípios éticos e jurídicos da vida em comunidade e do respeito pela propriedade privada."

Questionado pelos jornalistas, Carlos Carreiras, autarca de Cascais, garante que a câmara tentou, sem êxito, negociar com os antigos proprietários e que agora aguarda "serenamente" a decisão do tribunal arbitral sobre o montante que terá de ressarcir, manifestando a convicção de que o valor será "muito mais baixo" do que os cerca de oito milhões fixados pelo Tribunal e que a Câmara contestou.

Sobre o valor de cerca de 100 mil euros depositados pela Câmara Municipal de Cascais (CMC), Carreiras explica que "o terreno tinha um valor patrimonial fiscal "muitíssimo baixo" e que a autarquia "não podia dar outro valor que não esse".

Carlos Carreiras explicou ainda que a câmara não transferiu o terreno para a Nova, antes fez uma "cedência em direito de superfície", e com "contrapartida de bolsas universitárias" para os jovens do município.

Marcelo elogia Carreiras

Na breve cerimónia que marcou o lançamento oficial das obras, o Presidente da República elogiou Carlos Carreiras que disse ser "um grande presidente de câmara", sublinhando as "dificuldades e burocracias ultrapassadas".

"E aquelas que restem naturalmente ultrapassará serenamente (...), as que tiverem a ver com a administração central e com os planos vigentes, as que tiverem a ver com a Aliança Atlântica e a proximidade da Nato, as que tiverem a ver com as decisões judiciais, tudo isso resolverá a contento", sublinho Marcelo.

O Presidente vê este novo Campus universitário como parte de uma "revolução silenciosa".

"Este país merece a revolução silenciosa iniciada num passado recente, não nos podemos resignar à ideia de um país envelhecido, temos de apostar num país jovem, num país de futuro. (...) Houve a capacidade de ver isso e arrancar com o processo, agora é preciso que não pare porque os Presidentes mudam, os Governos mudam, mas o país fica", sublinhou o chefe de Estado.