Mundo
19 setembro 2020 às 21h07

"Sem medicamentos, água, sem nada." Marisa Matias visita refugiados no campo de Moria

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Eurodeputada está este fim de semana na Grécia e já esteve também no local para onde as 13 mil pessoas que viviam em Moria estão a ser levadas

TSF

Sem água nem luz e com uma casa de banho para cada 500 pessoas. É assim, nesta altura, a situação dos refugiados que ficaram ao deus dará depois do incêndio no campo de Moria, na ilha de Lesbos, na Grécia.

A eurodeputada Marisa Matias está lá este fim de semana e já esteve também no local para onde as 13 mil pessoas que viviam em Moria estão a ser levadas. Um local sem condições para viver com dignidade.

"É o problema de serem tendas de lona, ainda não haver água corrente nem eletricidade. Não têm casa de banho, havia apenas uma montada para cada 500 pessoas, e havia apenas uma tenda grande onde distribuíam mantas, água e alguns bens de primeira necessidade. Além disso, as pessoas faziam todas da Covid e aquelas que davam positivo, bem como as suas famílias, embora estivessem todos assintomáticos, foram isoladas também em tendas de lona, sem medicamentos, água, sem nada. Rodeadas e isoladas com arame farpado", explicou à TSF Marisa Matias.

Uma situação indigna, afirma Marisa Matias. No campo ardido, a eurodeputada portuguesa apenas encontrou tudo arrasado. De pé ficou apenas uma espécie de símbolo.

"A única parte que vi que não estava ardida era uma parede com uma pintura do principezinho. Tudo o resto estava praticamente destruído, queimado. Não restou absolutamente nada, reduzido a cinzas. Até não deixa de ser simbólico, de certa forma, que só tenha restado o principezinho por arder na pintura da parede", acrescentou a eurodeputada.

Em Moria estavam 13 mil pessoas, entre elas quatro mil crianças. Procuram agora renascer num outro campo de refugiados onde têm praticamente nada para viver.