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18 agosto 2017 às 09h39

Estilo neoárabe da praça do Campo Pequeno "é muito raro em Portugal"

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A praça de touros do Campo Pequeno comemora 125 anos. As celebrações contam com um concerto da Charanga da GNR, de Camané e de Nathalie, uma fadista luso-americana. A fechar há uma corrida de touros.

Sara de Melo Rocha

Quem passa pelo Campo Pequeno, dificilmente consegue ignorar o edifício de tijolo vermelho e abóbadas azuis. Além de chamar a atenção pela dimensão, a praça de touros do Campo Pequeno capta o olhar devido à arquitetura de inspiração neoárabe, comum nas praças de touros do final do século XIX, mas invulgar em Portugal.

"Essa característica de estilo neoárabe é muito rara e Portugal, apesar das influências culturais árabes que nós temos", explicou Paulo Pereira à TSF.

O relações públicas da praça do Campo Pequeno sublinha que há outras manifestações de estilo neoárabe em Portugal como por exemplo a Casa de Macau, o pátio interior da Casa do Alentejo, os salões do Palácio da Bolsa e o Mercado Municipal de Loulé, mas a "grandiosidade que o Campo Pequeno tem levou a que fosse classificado como Imóvel de Interesse Público" pela Direção Geral do Património Cultural.

A praça do Campo Pequeno foi projetada pelo arquiteto António José Dias e vem substituir a praça de touros de Santana, que tinha capacidade apenas seis mil pessoas. De acordo com Paulo Pereira, a tradição taurina do Campo Pequeno remonta a 1750, à parte final do reinado de D. João V "porque existiu um outra praça de touros onde está atualmente situado o Palácio Galveias".

A praça esteve fechada para obras de 2000 a 2006 e teve de seguir um plano de restauro "extremamente rígido". Paulo Pereira acrescentou que "houve que observar uma série de diretivas da Direção Geral do Património, que foram cumpridas e mantemos essa classificação o que muito nos honra".

Após as obras de restauro e requalificação, o Campo Pequeno adaptou-se às exigências de uma sala de espetáculos do século XXI e hoje "tanto pode servir para dar uma corrida de touros, como pode servir para um espetáculo de ópera, para um espetáculo e teatro, para uma convenção de empresa".

"Sentimos que é uma mais-valia para a cidade de Lisboa", sublinhou Paulo Pereira.

As comemorações do 125º aniversário começam esta quinta-feira, às 21h15, com um concerto da Charanga da GNR, seguido de uma atuação de Camané e de Nathalie, uma fadista luso-americana. A fechar há uma corrida de touros com os cavaleiros João Moura, António Ribeiro Teles e Luís Rouxinol, e os forcados amadores de Montemor e de Lisboa.