Mudar mentalidades: é este o principal objetivo do projeto abraçado pela Associação Cais. O selecionador Bruno Seco, considerado o melhor treinador na edição do Mundial de Futebol de Rua do ano passado, destaca a responsabilidade que os jovens perseguem ao jogar com o símbolo de Portugal.
Bruno Seco, que acredita que o desporto tem como base a criação de líderes, assume a importância de trabalhar junto dos jovens jogadores os diferentes tipos de liderança. Desta forma é possível um compromisso com a autodisciplina e evitar a rotina diária.
"O desporto é a paixão deles e nós tentamos mostrar que eles têm muitas escolhas. Porque se conseguem representar Portugal, e assumir essa responsabilidade, também podem, cá fora, chegar ao topo", diz o selecionador nacional.
Um projeto de camaradagem com o sonho da conquista
São oito os jogadores que representam a Seleção Nacional de Futebol de Rua e todos têm orgulho em apontar a um sonho da conquista do torneio que se joga este ano no México.
Os jovens passaram por diferentes fases de seleção. Foram mais de 1.200 jogadores que participaram na fase nacional do torneio de Futebol de Rua, de norte a sul de Portugal. No fim, "sobraram" oito; Alphonse Mendes (Seixal), Cristiano Pinto (Lisboa), Diogo Sousa (Ponta Delgada), Gerson Fernandes (Lisboa), Gonçalo Lourenço (Beja), Mariano Abreu (Funchal), Tiago Andrade (Gondomar) e Tiago Carvalho (Porto).
Mas para fazer parte desta seleção não basta ter talento para jogar futebol. Gerson Fernandes, um dos convocados para representar a equipa das "Quinas", aponta ao sentimento de amizade no grupo de trabalho como o segredo para o sucesso.
"Temos uma relação de pai para filhos, com os coordenadores deste projeto. Acima de tudo somos uma irmandade e sabemos um pouco de tudo dos nossos colegas. Esse é um dos pontos fortes para conseguirmos a conquista do Mundial", aponta Gerson.
Convocados com histórias de vida difícil, lutam para por uma vida melhor
No México, e durante o Mundial de Futebol de Rua, a ordem é para viver e guardar as recordações, sem nunca esquecer a necessidade de criar exemplos. O internacional português, Tiago Carvalho, admite que esta experiência permite melhorar cada um dos jogadores a cada dia que passa.
"Todos somos um exemplo entre nós, e cada um faz o seu melhor para ajudar o próximo, não só desportivamente mas também fora de campo. Temos que sair daqui com outras mentalidades, acima de tudo, mais positivas", confessa Tiago.
"É importante serem campeões das suas vidas"
Todos os atletas são acompanhados por entidades de inserção social e agora vão estar num Mundial de Futebol.
Desde 2004 que este projeto pretende motivar indivíduos que se apresentem em situações de fragilidade social, e Gonçalo Santos, coordenador do Futebol de Rua da Associação Cais, destaca o lema de desenvolvimento em formar campeões em campo, e formar campeões na vida.
"O objetivo passa por promover o acesso ao desporto, mas acima de tudo permitir o desenvolvimento pessoal, com momentos que os marquem com experiências que os transformem, independentemente do resultado desportivo. É preciso que eles se tornem campeões das suas vidas e sejam uma inspiração para todos os outros jovens, ou menos jovens, das suas comunidades. Têm que acreditar que o projeto pode mudar as suas vidas", destaca Gonçalo Santos.
Portugal vai "medir forças" com Costa Rica, Lituânia, Estados Unidos e Colômbia
O campeonato do mundo arranca esta terça-feira na cidade do México. O sorteio que se realizou esta semana ditou que a seleção nacional fica no Grupo B, ao lado das equipas da Costa Rica, Lituânia, Estados Unidos e Colômbia. Portugal inicia a participação contra a seleção da Lituânia, já este dia 13, com um jogo agendado para as 17h30.