Desporto
15 julho 2019 às 21h45

Advogado de Bruno de Carvalho fala em campanha de perseguição

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Miguel Fonseca diz que o processo é um "assassinato de caráter" e está convencido que o ex-líder leonino não vai a julgamento. O debate de instrução continua amanhã a partir das 9h30. O juiz de instrução Carlos Delca apresenta a decisão a 1 de agosto.

TSF/Lusa

O advogado de Bruno de Carvalho considerou esta segunda-feira que a acusação do Ministério Público (MP) sobre o ataque à academia do Sporting em Alcochete "é um assassinato de caráter" ao ex-presidente do clube".

"Trata-se de um assassinato de caráter e aqueles desgraçados [mais de 40 arguidos] apanharam todos por tabela", afirmou Miguel Fonseca, durante as alegações finais do debate instrutório, que decorreram no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

O advogado pediu ao juiz Carlos Delca que revogue a medida de coação de apresentações diárias, afirmando: "Mesmo fazendo um esforço de muito boa fé, não conseguimos ver qual o efeito da medida, para além da pura humilhação."

Miguel Fonseca considerou que o MP "acusa com os pés" e consegue apresentar três teses para a atuação do ex-presidente do Sporting, indicando em simultâneo que "Bruno de Carvalho levou alguém a praticar o crime, que foram outras pessoas que levaram Bruno de Carvalho a cometer o crime e ainda uma tese mista".

Depois de ler várias mensagens trocadas num grupo na rede social Whatsapp, que constam na acusação, o advogado considerou que Bruno de Carvalho poderia ser a próxima vítima: "Mas alguém tem dúvidas de que o próximo a levar no lombo era o Bruno de Carvalho?"

No final da alegação, Miguel Fonseca voltou a referir que o processo "tem um alvo muito claro a abater", pediu ao juiz que tenha "coragem, porque as pressões para pronunciar alguém são muito grandes".

Bruno de Carvalho, o líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido como Mustafá, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está também acusado de um crime de tráfico de droga.

Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, o MP imputa-lhes na acusação a coautoria de crimes de terrorismo, de 40 crimes de ameaça agravada, de 38 crimes de sequestro, de dois crimes de dano com violência, de um crime de detenção de arma proibida agravado e de um de introdução em lugar vedado ao público.